FALANDO DE TECH

Com a Black Friday chegando, consumidores e empresas estão de olho nas ofertas e promoções que devem aparecer em todos os canais de comunicação, mas é importante ficar de olho nas fraudes. Uma pesquisa realizada pela empresa Branddi em 2025 revela que 60% dos brasileiros deixariam de consumir uma marca após sofrer uma fraude digital.

De acordo com o estudo, 26% dos entrevistados afirmaram que abandonariam a empresa definitivamente após serem vítimas de fraude. Outros 22% disseram que só voltariam se a empresa adotasse medidas visíveis de segurança, enquanto 12% evitariam a marca por um tempo, até recuperarem a confiança.

Cenário internacional

Nos Estados Unidos, a disposição para cortar relações com marcas após incidentes de segurança é ainda maior. Uma pesquisa de 2024 com 1 000 adultos americanos apontou que 70% deixariam de comprar de empresas que sofreram violações de segurança. Segundo a mesma pesquisa, 58% dos consumidores consideram pouco confiáveis as empresas afetadas por esses incidentes.

Reconquistando a confiança do consumidor

O estudo também mapeou o que os consumidores consideram importante para restaurar a confiança:

• 53% querem ver no site da empresa medidas de segurança mais visíveis;
• 42% valorizam um posicionamento público claro sobre o ocorrido;
• Outros 42% esperam uma comunicação mais reforçada sobre fraudes nos canais oficiais da marca.

Entre as estratégias sugeridas para reforçar a credibilidade, entram a diversificação de fontes de receita para marcas, como programas de afiliados com criadores de conteúdo. No entanto, esse tipo de estratégia exige monitoramento para evitar que afiliados promovam vendas de forma questionável.

Quanto à segurança de e-commerces, práticas como o uso de SSL (Secure Sockets Layer), políticas de privacidade detalhadas, avaliações de clientes, atendimento eficaz e selos de certificação são destaque entre as medidas recomendadas. Um site com “https://” e cadeado na barra de endereço transmite mais segurança aos consumidores.

Fora do ambiente de vendas, o monitoramento da reputação da marca em sites de reclamações (como o ReclameAqui) é apontado pela pesquisa como essencial. Isso ajuda a identificar golpes que utilizam o nome da empresa para aplicar fraudes.

O alcance das fraudes no Brasil

Dados da Serasa Experian mostram que 51% dos brasileiros entre 18 e 65 anos relataram ter sido vítimas de fraude no ano anterior. Entre eles, 54,2% sofreram perdas financeiras. As modalidades mais comuns identificadas incluem uso indevido de cartão de crédito, boletos falsos, Pix fraudulento e phishing.

Ainda segundo a Serasa, só em fevereiro de 2025 foram monitoradas 1.119.316 tentativas de fraude, número 37,4% superior ao mesmo mês do ano anterior.

A pesquisa revelou que fraudes digitais têm um efeito duradouro na relação entre consumidores e marcas. A retenção depende cada vez mais da capacidade das empresas de demonstrar transparência, reforçar medidas de segurança e comunicar com autenticidade. Do lado das empresas, os dados da Serasa reforçam a urgência de investir em autenticação, monitoramento e educação do consumidor para mitigar o risco e reconstruir a confiança.

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