Se você sempre sonhou em ser aluno da Universidade de Oxford, na Inglaterra, temos uma boa notícia! A instituição anunciou que terá – ainda em 2023 – sua primeira sede oficial fora do Reino Unido, tendo escolhido o Brasil para a nova unidade.

Batizada de “Oxford Latam Unit”, o projeto tem como objetivo investir na formação de uma nova geração altamente qualificada de pesquisadores científicos na América Latina.

A sede no Brasil já tem os primeiros cursos confirmados, que incluem pós-graduações em Biotecnologia e Desenvolvimento de Vacinas, Saúde Global e Vacinologia, bem como Desenvolvimento Clínico e Saúde Global em Vacinologia, com inscrições previstas para o ano de 2023 e início das aulas em 2024. A Oxford Latam Unit também planeja oferecer cursos de mestrado, com datas ainda a serem confirmadas.

Essa nova unidade é descrita pela Universidade de Oxford como um local onde jovens cientistas e futuros líderes poderão aprender sobre os aspectos éticos, operacionais e regulatórios do desenvolvimento de vacinas e medicamentos. A equipe da unidade fornecerá treinamento em vigilância de doenças e mapeamento de riscos utilizando dados epidemiológicos, com o objetivo de identificar surtos precoces de doenças infecciosas e evitar que se tornem epidemias ou pandemias.

A ideia de uma sede da universidade inglesa no país já era cogitada desde 2021, quando Oxford fechou uma parceria com o Ministério da Saúde para desenvolver a vacina AstraZeneca, contra a Covid-19. Desde então, as oportunidades se expandiram, levando a universidade a ampliar a colaboração para toda a América Latina, agora com uma sede própria e uma nova parceria, a Sail for Health, empresa brasileira que atua como intermediária entre a comunidade científica, investidores e a indústria.

A Sail for Health realizou uma doação de £5 milhões (cerca de R$ 30 milhões) para a Universidade de Oxford e, em contrapartida, teve a oportunidade de indicar uma cientista brasileira para ocupar uma das cadeiras dentro da universidade – a professora Sue Ann Clemens, especialista em doenças infecciosas e desenvolvimento clínico, foi a escolhida. Ela contribuiu para o desenvolvimento de mais de 20 vacinas e produtos farmacêuticos licenciados globalmente e liderou o braço brasileiro dos testes da vacina AstraZeneca contra a COVID-19. Além disso, ela lidera o Grupo de Vacina de Oxford para a América Latina e será a principal responsável pela Oxford Latam Unit.

A doação feita pela Sail for Health é a maior quantia recebida pela Universidade de Oxford de um doador brasileiro e a primeira a viabilizar a criação de uma cátedra. A doação está destinada a impulsionar o desenvolvimento clínico no Brasil, especialmente no que se refere a doenças tropicais e saúde das populações indígenas.

Marina Domenech, fundadora da Sail for Health, destaca a importância da parceria, afirmando que “a doação permitirá ao Brasil ter uma cadeira perpétua na universidade”. Ela enfatiza a relevância do Brasil ocupar uma posição central na área de saúde global e desenvolvimento clínico e ressalta o papel estratégico dessa doação para o país.

Além disso, ela reforçou a necessidade de melhorar a infraestrutura e a tecnologia nacional para que as pesquisas científicas brasileiras sejam escaladas e se transformem em produtos acessíveis. “A Oxford Latam Unit poderá ser uma forma de atrair acadêmicos de outros países para o Brasil, a fim de gerar o intercâmbio e troca de informações relevantes”.

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